ARQUITETURA REST: PRINCÍPIOS, PADRÕES E APLICABILIDADE NO DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DISTRIBUÍDOS
RESUMO Este artigo tem como objetivo apresentar os fundamentos da arquitetura REST (Representational State Transfer), abordando sua origem, princípios e aplicação no desenvolvimento de sistemas distribuídos. A partir de uma abordagem teórica e descritiva, explora-se como REST promove escalabilidade, simplicidade e independência entre cliente e servidor, sendo amplamente adotado em APIs modernas. São apresentados os métodos HTTP utilizados, a estrutura de recursos via URIs e a comunicação sem estado (stateless). A relevância da arquitetura REST é evidenciada por sua presença em soluções amplamente utilizadas, como redes sociais e sistemas baseados em micro serviços. A análise também discorre sobre o papel de REST na interoperabilidade entre diferentes plataformas e linguagens. Palavras-chave: Arquitetura REST. Sistemas distribuídos. API. HTTP. Serviços Web. 1 INTRODUÇÃO O presente artigo tem como objetivo apresentar e discutir a arquitetura REST (Representational State Transfer), abordando suas características fundamentais, os princípios que a norteiam e os motivos que a tornam uma das abordagens mais adotadas no desenvolvimento de serviços web modernos. Com a crescente necessidade de sistemas distribuídos, escaláveis e de fácil manutenção, REST se destaca como uma solução eficaz, especialmente em aplicações que demandam comunicação entre cliente e servidor via protocolo HTTP. Este trabalho busca ainda embasar a relevância dessa arquitetura por meio de referências bibliográficas pertinentes e exemplos práticos de sua utilização. 2 DESENVOLVIMENTO A arquitetura REST foi concebida por Roy Thomas Fielding em sua tese de doutorado, defendida no ano de 2000 na Universidade da Califórnia. O autor, um dos principais nomes por trás do desenvolvimento do protocolo HTTP, propôs o REST como um estilo arquitetural para sistemas distribuídos, que preza por simplicidade, escalabilidade e independência entre os componentes. De acordo com Stein Junior (2021), REST surgiu da necessidade de criar interfaces simples e eficientes para a comunicação entre sistemas, principalmente via web. O autor afirma que "o objetivo era criar interfaces simples, escaláveis e independentes, facilitando a comunicação entre sistemas distribuídos por meio do protocolo HTTP" (STEIN JUNIOR, 2021, p. 10). A arquitetura REST é baseada na manipulação de recursos — objetos ou entidades de informação — que são identificados por meio de URIs (Uniform Resource Identifiers) e manipulados utilizando métodos HTTP padronizados, como GET, POST, PUT e DELETE. Fielding (2000) ressalta que uma das principais características do REST é a ausência de estado (statelessness). Isso significa que cada requisição feita ao servidor deve conter todas as informações necessárias para seu processamento, sem depender de sessões persistentes. Tal abordagem permite maior escalabilidade e simplificação no tratamento de requisições, sendo ideal para aplicações com alta demanda de acessos simultâneos. Ainda segundo Stein Junior (2021), "REST é baseado em recursos, ou seja, objetos, ‘coisas’. Cada recurso individual é identificado nos requisitos usando as URLs como tal identificador... A representação pode ser um estado de um dos recursos, ou seja, um dado de transferência entre solicitante e receptor" (p. 11). Essa representação de recursos pode ser realizada em diversos formatos, sendo o JSON (JavaScript Object Notation) o mais utilizado atualmente, embora XML também seja uma opção viável. Paulo Henrique Cardoso Oliveira (2020), em seu artigo "Desenvolvimento de um Gerador de API REST seguindo os principais padrões da arquitetura", enumera os principais princípios que definem a arquitetura REST: Cliente-Servidor: separa as responsabilidades entre cliente e servidor, promovendo modularidade e facilitando o desenvolvimento independente de cada parte. Sem Estado (Stateless): cada requisição é independente, sem a necessidade de armazenar dados de sessões no servidor. Identificação de Recursos por URIs: os recursos são identificados de forma única e acessível por meio de URLs bem definidas. Operações via Métodos HTTP: uso de métodos HTTP como GET (para leitura), POST (para criação), PUT (para atualização) e DELETE (para remoção). Respostas com Códigos de Status HTTP: retorno de respostas padronizadas que indicam o sucesso ou falha das requisições, como os códigos 200 (OK), 404 (Não encontrado) e 500 (Erro interno do servidor). Representações de Recursos: transferência de informações por meio de formatos padronizados, como JSON ou XML. HATEOAS (Hypermedia as the Engine of Application State): inclusão de hipermídia (links) nas respostas, permitindo a navegação dinâmica entre recursos relacionados. A aplicabilidade da arquitetura REST é ampla e está presente em diversas soluções tecnológicas do cotidiano. Um exemplo claro é sua implementação em APIs de redes sociais, como o Facebook e o Twitter. Essas plataformas disponibilizam interfaces REST para que desenvolvedores acessem i

RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar os fundamentos da arquitetura REST (Representational State Transfer), abordando sua origem, princípios e aplicação no desenvolvimento de sistemas distribuídos. A partir de uma abordagem teórica e descritiva, explora-se como REST promove escalabilidade, simplicidade e independência entre cliente e servidor, sendo amplamente adotado em APIs modernas. São apresentados os métodos HTTP utilizados, a estrutura de recursos via URIs e a comunicação sem estado (stateless). A relevância da arquitetura REST é evidenciada por sua presença em soluções amplamente utilizadas, como redes sociais e sistemas baseados em micro serviços. A análise também discorre sobre o papel de REST na interoperabilidade entre diferentes plataformas e linguagens.
Palavras-chave: Arquitetura REST. Sistemas distribuídos. API. HTTP. Serviços Web.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo apresentar e discutir a arquitetura REST (Representational State Transfer), abordando suas características fundamentais, os princípios que a norteiam e os motivos que a tornam uma das abordagens mais adotadas no desenvolvimento de serviços web modernos. Com a crescente necessidade de sistemas distribuídos, escaláveis e de fácil manutenção, REST se destaca como uma solução eficaz, especialmente em aplicações que demandam comunicação entre cliente e servidor via protocolo HTTP. Este trabalho busca ainda embasar a relevância dessa arquitetura por meio de referências bibliográficas pertinentes e exemplos práticos de sua utilização.
2 DESENVOLVIMENTO
A arquitetura REST foi concebida por Roy Thomas Fielding em sua tese de doutorado, defendida no ano de 2000 na Universidade da Califórnia. O autor, um dos principais nomes por trás do desenvolvimento do protocolo HTTP, propôs o REST como um estilo arquitetural para sistemas distribuídos, que preza por simplicidade, escalabilidade e independência entre os componentes.
De acordo com Stein Junior (2021), REST surgiu da necessidade de criar interfaces simples e eficientes para a comunicação entre sistemas, principalmente via web. O autor afirma que "o objetivo era criar interfaces simples, escaláveis e independentes, facilitando a comunicação entre sistemas distribuídos por meio do protocolo HTTP" (STEIN JUNIOR, 2021, p. 10). A arquitetura REST é baseada na manipulação de recursos — objetos ou entidades de informação — que são identificados por meio de URIs (Uniform Resource Identifiers) e manipulados utilizando métodos HTTP padronizados, como GET, POST, PUT e DELETE.
Fielding (2000) ressalta que uma das principais características do REST é a ausência de estado (statelessness). Isso significa que cada requisição feita ao servidor deve conter todas as informações necessárias para seu processamento, sem depender de sessões persistentes. Tal abordagem permite maior escalabilidade e simplificação no tratamento de requisições, sendo ideal para aplicações com alta demanda de acessos simultâneos.
Ainda segundo Stein Junior (2021), "REST é baseado em recursos, ou seja, objetos, ‘coisas’. Cada recurso individual é identificado nos requisitos usando as URLs como tal identificador... A representação pode ser um estado de um dos recursos, ou seja, um dado de transferência entre solicitante e receptor" (p. 11). Essa representação de recursos pode ser realizada em diversos formatos, sendo o JSON (JavaScript Object Notation) o mais utilizado atualmente, embora XML também seja uma opção viável.
Paulo Henrique Cardoso Oliveira (2020), em seu artigo "Desenvolvimento de um Gerador de API REST seguindo os principais padrões da arquitetura", enumera os principais princípios que definem a arquitetura REST:
- Cliente-Servidor: separa as responsabilidades entre cliente e servidor, promovendo modularidade e facilitando o desenvolvimento independente de cada parte.
- Sem Estado (Stateless): cada requisição é independente, sem a necessidade de armazenar dados de sessões no servidor.
- Identificação de Recursos por URIs: os recursos são identificados de forma única e acessível por meio de URLs bem definidas.
- Operações via Métodos HTTP: uso de métodos HTTP como GET (para leitura), POST (para criação), PUT (para atualização) e DELETE (para remoção).
- Respostas com Códigos de Status HTTP: retorno de respostas padronizadas que indicam o sucesso ou falha das requisições, como os códigos 200 (OK), 404 (Não encontrado) e 500 (Erro interno do servidor).
- Representações de Recursos: transferência de informações por meio de formatos padronizados, como JSON ou XML.
- HATEOAS (Hypermedia as the Engine of Application State): inclusão de hipermídia (links) nas respostas, permitindo a navegação dinâmica entre recursos relacionados.
A aplicabilidade da arquitetura REST é ampla e está presente em diversas soluções tecnológicas do cotidiano. Um exemplo claro é sua implementação em APIs de redes sociais, como o Facebook e o Twitter. Essas plataformas disponibilizam interfaces REST para que desenvolvedores acessem informações públicas de usuários, postagens, comentários e outras interações, o que permite o desenvolvimento de sistemas de análise comportamental e social.
A autora Sanjna Verma (2018), em sua obra "APIs Versus Web Services", reforça a distinção entre APIs e serviços web, destacando o papel da arquitetura REST na construção de interfaces modernas. Ela afirma que "as soluções que adotam REST geralmente envolvem serviços acessados por URLs, que manipulam recursos por meio dos métodos HTTP, facilitando a integração entre aplicações diferentes".
3 CONCLUSÃO
A arquitetura REST consolidou-se como uma das principais escolhas no desenvolvimento de sistemas distribuídos e serviços web, graças à sua simplicidade, padronização e escalabilidade. Com base em princípios sólidos, como a separação entre cliente e servidor e a ausência de estado, REST permite a criação de APIs robustas, seguras e de fácil manutenção. Através da análise de autores como Fielding, Stein Junior e Oliveira, foi possível compreender a relevância e a aplicabilidade prática do REST em contextos reais. Dessa forma, recomenda-se sua adoção em projetos que demandem eficiência, clareza na comunicação e integração entre múltiplos sistemas.
REFERÊNCIAS
FIELDING, Roy Thomas. Architectural Styles and the Design of Network-based Software Architectures. 2000. 224 f. Tese (Doutorado em Filosofia da Informação) – University of California, Irvine, 2000.
OLIVEIRA, Paulo Henrique Cardoso. Desenvolvimento de um gerador de API REST seguindo os principais padrões da arquitetura. Revista Científica da FASETE, Paulo Afonso, v. 10, n. 1, p. 46–52, 2020.
STEIN JUNIOR, Mário. Desenvolvimento de APIs RESTful: uma abordagem teórica e prática. São Paulo: Novatec, 2021.
VERMA, Sanjna. APIs Versus Web Services. 1. ed. Independently Published, 2018.