O dia em que descobri meu impacto: pequenas contribuições, grandes revelações

Uma das experiências mais marcantes que vivi na Tropical on Rails? Não, não foi conhecer pessoalmente o Chris Oliver, a nossa Taylor Swift dos devs Rails. Foi algo muito mais inesperado: quando uma pessoa iniciante na carreira se aproximou e perguntou se eu era o Diego Linhares, contando o quanto curtia meus comentários nos grupos de Ruby/Rails. Sempre me considerei uma pessoa discreta. Talvez isso venha da infância – sendo mais alto que a maioria, inevitavelmente chamava atenção por onde passava, algo que me deixava desconfortável. Com o tempo, desenvolvi esse jeito mais reservado, preferindo observar a ser observado. Essa tendência à discrição explica por que nunca me interessei em dar palestras ou escrever artigos; além da minha natural aversão aos holofotes, carrego aquela sensação persistente de que não tenho nada extraordinário para compartilhar. Em vez disso, prefiro fazer pequenas contribuições através de trocadilhos e comentários divertidos nos grupos – um jeito mais leve de participar sem me expor demais. Como muitos de nós na área tech, convivo diariamente com a Síndrome do Impostor martelando na mente, aquela voz que insiste que não sou bom o suficiente, por mais que as evidências mostrem o contrário. É justamente essa síndrome que me faz hesitar antes de cada comentário nos grupos, questionando se realmente vale a pena compartilhar meu pensamento ou se estou só "poluindo" a discussão. Talvez tenha sido justamente essa combinação – minha natural discrição e a constante autodúvida – que tornou aquele simples reconhecimento algo tão impactante para mim. Esta jornada entre a insegurança e a contribuição é o que tornava ainda mais surpreendente o fato de que, durante nossa conversa, essa pessoa me contou que costuma acompanhar os comentários nos grupos e aprender com eles — exatamente como eu fazia anos atrás, quando estava expandindo meus conhecimentos. Mesmo quando os assuntos eram complexos e eu entendia pouco, continuava observando, lendo e, aos poucos, as conexões iam acontecendo na minha mente. Esse contato constante foi essencial para meu crescimento profissional. Saber que hoje meus próprios comentários podem estar inspirando alguém do mesmo jeito me traz uma alegria imensa. Essa dinâmica de aprendizado contínuo e compartilhamento levou a outra questão durante nossa conversa. Ela também me perguntou algo que frequentemente escuto: como consigo acompanhar os grupos, ter paciência para participar, ajudar outras pessoas e ainda dar conta das tarefas do dia a dia? (Hoje só participo ativamente do grupo ADA.rb, pois tenho dedicado tempo a outras prioridades). Essa dúvida não é incomum e surge bastante em conversas com quem me conhece melhor. Minha resposta a esse questionamento vem de um valor que trago desde cedo, muito influenciado pelos meus pais: se consigo fazer alguém se sentir melhor ou ajudar essa pessoa a melhorar só 1% no dia, já sinto que cumpri meu papel. Este princípio do "1% melhor" é o que me manteve participando daqueles grupos mesmo quando o tempo era escasso, porque entendi que um pequeno comentário poderia ser exatamente o que alguém precisava para superar um obstáculo – assim como tantos comentários me ajudaram no passado. Para mim, essas pequenas contribuições são como semear mudanças que crescem além da nossa visão. Como dizia Jobs: "As pessoas loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são as que o fazem." Não é preciso ser extraordinário ou buscar holofotes para fazer diferença – isso eu aprendi claramente naquela ocasião na Tropical. Cada pequena contribuição – seja um comentário esclarecedor, uma dica técnica ou um simples incentivo – tem poder multiplicador. É gratificante ver como essas ações diárias impulsionam o crescimento alheio. Nos momentos difíceis, quando seria mais fácil ficar calado ou guardar conhecimento para mim, lembro: estamos construindo pontes, não muros. Escolher compartilhar em vez de reter, conectar em vez de isolar, é o que realmente faz a diferença em nossa comunidade. Recapitulando esse ciclo de contribuição, foi com essa filosofia em mente que aquele momento na Tropical ganhou um significado especial. Percebi algo que nunca havia considerado: sem pretensão alguma, eu me tornara parte daquele mesmo ciclo que sempre admirei. O mais surpreendente não foi apenas ver alguém valorizando meus comentários, mas me ver do outro lado – não apenas como quem aprende, mas também como quem inspira. Nunca esperei ser fonte de aprendizado para alguém, e essa realização me ensinou algo valioso sobre nossa comunidade. Nesse dia, pelo menos por algumas horas, minha Síndrome do Impostor dormiu um pouco. Essas reflexões me levam a duas conclusões importantes: Para quem está começando, suas dúvidas de hoje serão as respostas que você compartilhará amanhã. E para quem, como eu, às vezes subestima seu próprio impacto, aquele comentário que você fez sem pensar muito pode ser exatamente a centelha que alguém precisava para avançar. Afinal, o que cons

Apr 8, 2025 - 02:30
 0
O dia em que descobri meu impacto: pequenas contribuições, grandes revelações

Uma das experiências mais marcantes que vivi na Tropical on Rails? Não, não foi conhecer pessoalmente o Chris Oliver, a nossa Taylor Swift dos devs Rails. Foi algo muito mais inesperado: quando uma pessoa iniciante na carreira se aproximou e perguntou se eu era o Diego Linhares, contando o quanto curtia meus comentários nos grupos de Ruby/Rails.

Sempre me considerei uma pessoa discreta. Talvez isso venha da infância – sendo mais alto que a maioria, inevitavelmente chamava atenção por onde passava, algo que me deixava desconfortável. Com o tempo, desenvolvi esse jeito mais reservado, preferindo observar a ser observado.

Essa tendência à discrição explica por que nunca me interessei em dar palestras ou escrever artigos; além da minha natural aversão aos holofotes, carrego aquela sensação persistente de que não tenho nada extraordinário para compartilhar. Em vez disso, prefiro fazer pequenas contribuições através de trocadilhos e comentários divertidos nos grupos – um jeito mais leve de participar sem me expor demais.

Como muitos de nós na área tech, convivo diariamente com a Síndrome do Impostor martelando na mente, aquela voz que insiste que não sou bom o suficiente, por mais que as evidências mostrem o contrário. É justamente essa síndrome que me faz hesitar antes de cada comentário nos grupos, questionando se realmente vale a pena compartilhar meu pensamento ou se estou só "poluindo" a discussão. Talvez tenha sido justamente essa combinação – minha natural discrição e a constante autodúvida – que tornou aquele simples reconhecimento algo tão impactante para mim.

Esta jornada entre a insegurança e a contribuição é o que tornava ainda mais surpreendente o fato de que, durante nossa conversa, essa pessoa me contou que costuma acompanhar os comentários nos grupos e aprender com eles — exatamente como eu fazia anos atrás, quando estava expandindo meus conhecimentos. Mesmo quando os assuntos eram complexos e eu entendia pouco, continuava observando, lendo e, aos poucos, as conexões iam acontecendo na minha mente. Esse contato constante foi essencial para meu crescimento profissional. Saber que hoje meus próprios comentários podem estar inspirando alguém do mesmo jeito me traz uma alegria imensa.

Essa dinâmica de aprendizado contínuo e compartilhamento levou a outra questão durante nossa conversa. Ela também me perguntou algo que frequentemente escuto: como consigo acompanhar os grupos, ter paciência para participar, ajudar outras pessoas e ainda dar conta das tarefas do dia a dia? (Hoje só participo ativamente do grupo ADA.rb, pois tenho dedicado tempo a outras prioridades). Essa dúvida não é incomum e surge bastante em conversas com quem me conhece melhor.

Minha resposta a esse questionamento vem de um valor que trago desde cedo, muito influenciado pelos meus pais: se consigo fazer alguém se sentir melhor ou ajudar essa pessoa a melhorar só 1% no dia, já sinto que cumpri meu papel. Este princípio do "1% melhor" é o que me manteve participando daqueles grupos mesmo quando o tempo era escasso, porque entendi que um pequeno comentário poderia ser exatamente o que alguém precisava para superar um obstáculo – assim como tantos comentários me ajudaram no passado. Para mim, essas pequenas contribuições são como semear mudanças que crescem além da nossa visão.

Como dizia Jobs: "As pessoas loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são as que o fazem." Não é preciso ser extraordinário ou buscar holofotes para fazer diferença – isso eu aprendi claramente naquela ocasião na Tropical. Cada pequena contribuição – seja um comentário esclarecedor, uma dica técnica ou um simples incentivo – tem poder multiplicador. É gratificante ver como essas ações diárias impulsionam o crescimento alheio. Nos momentos difíceis, quando seria mais fácil ficar calado ou guardar conhecimento para mim, lembro: estamos construindo pontes, não muros. Escolher compartilhar em vez de reter, conectar em vez de isolar, é o que realmente faz a diferença em nossa comunidade.

Recapitulando esse ciclo de contribuição, foi com essa filosofia em mente que aquele momento na Tropical ganhou um significado especial. Percebi algo que nunca havia considerado: sem pretensão alguma, eu me tornara parte daquele mesmo ciclo que sempre admirei. O mais surpreendente não foi apenas ver alguém valorizando meus comentários, mas me ver do outro lado – não apenas como quem aprende, mas também como quem inspira. Nunca esperei ser fonte de aprendizado para alguém, e essa realização me ensinou algo valioso sobre nossa comunidade. Nesse dia, pelo menos por algumas horas, minha Síndrome do Impostor dormiu um pouco.

Essas reflexões me levam a duas conclusões importantes: Para quem está começando, suas dúvidas de hoje serão as respostas que você compartilhará amanhã. E para quem, como eu, às vezes subestima seu próprio impacto, aquele comentário que você fez sem pensar muito pode ser exatamente a centelha que alguém precisava para avançar.

Afinal, o que construímos juntos, muitas vezes sem sequer perceber, transcende qualquer linha de código que escrevemos. Quando olho para trás, para aquele garoto que ficava horas tentando entender o que era um yield em Ruby, nunca imaginaria que um dia estaria do outro lado da moeda. E essa jornada cíclica – aprender hoje, compartilhar amanhã, inspirar sempre – mais que qualquer PR aprovado ou feature entregue, é o que realmente importa.

PS: Texto escrito após 5 xícaras de café enquanto esperava meu voo na madrugada. Se encontrarem algum bug, podem abrir uma issue.