Meu Sabático Culposo
Sei que algumas pessoas estiveram e estão em um Sabático Culposo (quando não há intenção de sabaticar). Precisei de 7 meses para conseguir escrever esse artigo e navegar quase que normalmente pelo LinkedIn outra vez. Mas acredite, isso não é algo ruim. Em 2021 eu realizei 2 sonhos que eu jamais imaginei que seriam possíveis: consegui meu primeiro emprego na área de tecnologia e me mudei para outro estado. Esse foi o começo de uma jornada incrível de muito aprendizado, de portas abertas e de pessoas sensacionais que apareceram na minha vida. Mas ainda assim, no início de 2024, depois de vários marcos e mudanças profissionais, eu tinha muitas dúvidas sobre minha carreira, minhas habilidades, e uma única certeza: eu não estava bem. Migrando para um regime híbrido, após um tempo eu comecei a ter crises de pânico sempre na véspera do dia de ir pro escritório. Isso só aumentou, ao ponto de mesmo em home office, eu ter crises de choro quando o quadrinho com a foto de algumas pessoas subia, e minha janela do Teams piscava. Decidi que era hora de dar um passo atrás para me reencontrar e me reconectar com meu propósito e objetivos. No meio do ano consegui uma vaga em outra empresa, e de novo foi um sonho realizado. Mas por alguns desencontros esse relacionamento feliz durou pouco, acabando com muitas questões abertas, 5 dias antes do meu casamento. A junção dessas duas experiências colocou em cheque tudo que eu acreditava que sabia, queria e me fez duvidar do meu valor: "será que eu sou tão boa quanto eu acreditava?", "será que eu sou tão competente?", "será que eu sirvo mesmo para essa carreira?". E, no desejo de me proteger eu me afastei de tudo. Não conseguia mais abrir o LinkedIn e ver postagens de ex-colegas e relembrar todas minhas inseguranças. Decidi que queria esquecer que um dia eu tive algo a ver com tecnologia. Aproveitei que voltei pra minha cidade natal, que tem hoje aproximadamente 20k habitantes (e quase nenhum deles fala sobre tecnologia) para me isolar. Mas, apesar de parecer triste, isso foi muito bom. Nesse tempo sozinha, percebi o que eu realmente gostava, com base nas pessoas e coisas que eu senti saudade de acompanhar. Meu círculo social fora das redes é composto por muitos pequenos e microempreendedores. Observar seus desafios me causou uma inquietação, por saber que ferramentas de automação, IA e outros recursos poderia tornar a vida dessas pessoas mais eficiente, e mais que isso: eu quero apresentar a solução dos problemas pra essas pessoas. Por isso, apesar de muita ansiedade por causa das questões financeiras, eu consigo hoje extrair algo bom dessa experiência. Eu acabei descobrindo que eu não odeio TI, programação...na verdade eu amo muito, tenho sede de aprender, testar coisas novas e de resolver problemas. O que eu odeio mesmo são lugares em que eu não me encaixo. E agora, eu estou pronta pra correr atrás do que (e quem) faz sentido ter por perto.

Sei que algumas pessoas estiveram e estão em um Sabático Culposo (quando não há intenção de sabaticar). Precisei de 7 meses para conseguir escrever esse artigo e navegar quase que normalmente pelo LinkedIn outra vez. Mas acredite, isso não é algo ruim.
Em 2021 eu realizei 2 sonhos que eu jamais imaginei que seriam possíveis: consegui meu primeiro emprego na área de tecnologia e me mudei para outro estado. Esse foi o começo de uma jornada incrível de muito aprendizado, de portas abertas e de pessoas sensacionais que apareceram na minha vida.
Mas ainda assim, no início de 2024, depois de vários marcos e mudanças profissionais, eu tinha muitas dúvidas sobre minha carreira, minhas habilidades, e uma única certeza: eu não estava bem. Migrando para um regime híbrido, após um tempo eu comecei a ter crises de pânico sempre na véspera do dia de ir pro escritório. Isso só aumentou, ao ponto de mesmo em home office, eu ter crises de choro quando o quadrinho com a foto de algumas pessoas subia, e minha janela do Teams piscava. Decidi que era hora de dar um passo atrás para me reencontrar e me reconectar com meu propósito e objetivos.
No meio do ano consegui uma vaga em outra empresa, e de novo foi um sonho realizado. Mas por alguns desencontros esse relacionamento feliz durou pouco, acabando com muitas questões abertas, 5 dias antes do meu casamento. A junção dessas duas experiências colocou em cheque tudo que eu acreditava que sabia, queria e me fez duvidar do meu valor: "será que eu sou tão boa quanto eu acreditava?", "será que eu sou tão competente?", "será que eu sirvo mesmo para essa carreira?". E, no desejo de me proteger eu me afastei de tudo. Não conseguia mais abrir o LinkedIn e ver postagens de ex-colegas e relembrar todas minhas inseguranças.
Decidi que queria esquecer que um dia eu tive algo a ver com tecnologia. Aproveitei que voltei pra minha cidade natal, que tem hoje aproximadamente 20k habitantes (e quase nenhum deles fala sobre tecnologia) para me isolar. Mas, apesar de parecer triste, isso foi muito bom. Nesse tempo sozinha, percebi o que eu realmente gostava, com base nas pessoas e coisas que eu senti saudade de acompanhar.
Meu círculo social fora das redes é composto por muitos pequenos e microempreendedores. Observar seus desafios me causou uma inquietação, por saber que ferramentas de automação, IA e outros recursos poderia tornar a vida dessas pessoas mais eficiente, e mais que isso: eu quero apresentar a solução dos problemas pra essas pessoas.
Por isso, apesar de muita ansiedade por causa das questões financeiras, eu consigo hoje extrair algo bom dessa experiência. Eu acabei descobrindo que eu não odeio TI, programação...na verdade eu amo muito, tenho sede de aprender, testar coisas novas e de resolver problemas. O que eu odeio mesmo são lugares em que eu não me encaixo. E agora, eu estou pronta pra correr atrás do que (e quem) faz sentido ter por perto.